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18 Oct
135. Corredeira

Não me recordo se já coloquei aqui o vídeo ou áudio de uma canção que gravei em 2019. Ela é uma das canções que escolhi para tocar na Live Corredor. Me lembro que eu compus a música, melodia, depois harmonia e a letra demorou um certo tempo para acontecer. 

Sábado, arrumando uma pasta, encontrei uma folha em que anotei a intenção que tinha para a música. Eu joguei ideias no papel, dizendo as que estava pensando e sentindo para a letra. Comecei olhar para Corredeira como se fosse uma oração. Comecei a copiar aqui, mas não teve como... reescrevi:

A ideia de uma palavra suja é uma palavra e seus círculos viciosos, palavra que foi capturada quando dita, quem sabe, mal-dita. Mas não pense que estou pensando numa palavra moralista, vestida com hábito ou batina. Nem mesmo uma palavra numa gaiola de significados. Penso na palavra que ganha um refresco, um gole fresco, alguma saliva. 

Tem palavra que petrificou. Deve ser dor de dente, azia ou queimou a língua. Ficou com medo de sair por aí e ser mal-interpretada. Virou pedra dura. Água bate, quem sabe um dia fura. 

Algumas palavras, só revivem sacudindo as têmporas na cachoeira.

Chega uma palavra que deseja um jogo de cintura, fluidez. Liberdade de escorregar e ser cachoeira, rolar no fluir da corredeira. Isso deve ser, quem sabe, a palavra amor. Mas ainda fico na dúvida.

Não será uma paixão passageira?

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