Nunca aprendi a dançar. É que acredito que todas as vezes que estava aprendendo, não dancei. Deve ter alguma coisa no corpo que dança que não é aprender, é se lançar.
A menina maria sabia dançar. Ela rodopiava o corpo pela casa e deixava fluir. Tiro a menina para dançar e meus dedos correm o teclado. Os ombros relaxam e ganho espaço na coluna. O balanço corre as palavras e estou na frente do mundo, onde o abdome leva meus desejos, pernas-pés correndo corredores. No giro, o braço contorna espirais.
É tempo de voltar ao corredor. Foi isso que a menina maria acabou de dizer aos meus ouvidos.