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18 Jun
49. Diariamente

Sentei de costas para o corredor do apartamento e de frente para o corredor da avenida. Antes, lancei palavras nas lajotas e, agora, a palavra que mais me provoca é a palavra PANDEMIA. Não existe nada de bom na pandemia. Mas ela me trouxe o contato com o meu passado, com a minha história, com a pesquisa. Eu comecei o Mestrado pois tinha tempo para estudar. A pós em corpo estava para acabar e resolvi continuar estudando. Novamente eu achei que iria para um outro lado, porém continuamos em pandemia. 

Escrevo aqui todos os dias, alimento um processo. Questiono minhas questões. Me acolho, me irrito, me alegro e choro. Lágrimas que correm os rios do corredor.

O que estou dizendo? O quanto estou me expondo? Escrevi demais? Quanto que isso tudo interessa? São perguntas que muitas vezes aparecem depois de uma publicação. Qual o motivo de deixar tudo isso correr meu corpo? Qual motivo de deixar isso correr o corpo-blog? Diariamente? 

Vejo as fotos da Bu, os poucos móveis, as saudades, a liberdade. Sou tão livre nas lajotas. Acho que meus pais nunca me fizeram a pergunta o que você quer ser quando crescer? Mesmo assim eu cresci. Ainda não saberia responder.

Gosto dos olhos fechados da menina de 1987. Relaxo a face e deixo ela terminar o texto do dia.

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