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09 May
9. Página em branco

Preciso escrever um artigo para o início do mês que vem. Sinto a angústia da página em branco. Acho que essa angústia vem da necessidade do cumprimento de prazos, do querer ver um material pronto, do achar se o que se escreve é ou não relevante antes mesmo de escrever. É preciso respirar fundo, meditar um pouco e começar.  

Aproveito e jogo as ideias aqui, no blog, meu espaço de criação e reflexão. Pensei em iniciar com o texto e video que estão aqui:

https://www.corredordememorias.art/blog/um-v%C3%ADdeo-e-uma-poética-de-muitas-perguntas

No vídeo, eu entro na luz estourada. Esse ponto do vídeo me fez pensar uma série de coisas: o limite do corredor, que a sala não deveria ser mostrada, o encontro com o desconhecido, o início da pesquisa, a luz que cega... O fato é que abri as cortinas e a luz estourou. Só isso e tudo isso.

Em outro vídeo, eu saio da frente da câmera e, ao mexer nas cortinas, movimento as luzes do corredor:

 https://www.corredordememorias.art/blog/o-quê-o-corredor-vê 

Me recordei de Loïer Fulier e suas Danças Luminosas, que investigava, também as propriedades do movimento da luz. Eu manipulei a luz e criei, acidentalmente, um jogo de espelhos com o vidro no fim do corredor. 

Me interessa falar sobre o acaso, erro o que é aleatório na pesquisa. Me interessa pensar nessas surpresas que encontro nos vídeos rascunho. Sou a primeira que recebo as imagens e dessa maneira, transforma minha forma de ver o meu fazer. Também sou espectadora do meu processo?

Para me acompanharem nessa escrita, chamo os seguintes textos para a conversa:

  1. Gesto Inacabado - Cecília de Almeida Sales
  2. Linha de Horizonte - por uma poética do ato criador - Edith Derdyk
  3. O que é contemporâneo e outros ensaios - Giorgio Agamben 

Por aqui que me jogo na escrita do artigo. Hora de começar. Um artigo só se faz ao escrever.

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